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Foto: Paulo Poeta / Casa do meu Tio Avô - onde passei parte da minha infância - 2012 |
(Poema
escrito em 12 de abril de 2010, de certo num momento bem saudosista. Nada mais
é que uma forma retratar a perseverança e vivacidade do homem do campo, que
sempre sorri e alegra-se com o verde que chega com a chuva. E nada mais somos
senão a alegria que carregamos com as nossas chuvas. A casa da foto é casa que
me recebe como chuva, seja no período seco ou molhado, pois toda vez que
regresso sou recebido com risos e carinho. A casa da foto representa muito do
pouco que sou.)
Bendito
ao canto,
ao
som de encanto,
da
chuva em pranto.
Chuva
fina,
lá
pela serra,
molha
a tapera,
bate
no chão-batido,
molha
o umbigo
no
quintal plantado.
Chuva
de molho,
molha
a caatinga rala,
rela
a relva
e tudo abala,
fazendo
germinar
o
verde e o brilho nos olhos.
Nasce
cheiro de mato.
Corre
o lagarto
Pelos
galhos ainda secos.
No
casulo, a borboleta
quer
se libertar...
E
o vento em carícia
traz
a beleza
que
esfria mais o sol,
enche
o campo de mais verde
e
o sertanejo abre o riso.
A
chuva chove.
E
em cada chuva
renasce
infância,
como
se em cada pingo
uma
ânsia e a saudade.
E
em cada chuva
nasce
a esperança
do
povo que planta o legume
e
planta a alegria de todos os dias...
Molhando
minha mente
na
biqueira que tomei banho,
rego
de saudade o que sou hoje:
Homem-criança.
Menino-adulto
a cada chuva
e
em cada pingo uma lembrança,
de
mim mesmo e dos meus...
Crescido,
nada mais sou
que
um sereno em mim mesmo.
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