Total de visualizações de página

terça-feira, 9 de abril de 2013

IDE

Foto: Paulo Poeta / Paróquia Saint-Germain-Des-Prés - Paris / Abril - 2013

Quero só um grão de trigo,
Um coração amigo,
Um abrigo,
E minha fome.

Quero fazer farinha,
Coração bater,
Frio aquecer,
Saciar minha fome.

Quero ter nome
E alegria...
Ser fruto da magia,
Amadurecer...

Quero ter um sem-fim,
Amar a mim, mais e mais,
Ter audácia e ousadia,
E mais que alegria,
Saber viver...

Quero fazer ferver,
Queimar, gemer,
Sentir no ar, fazer parar,
Insinuar minha malícia,
Continuar...

Quero a delícia do instante
E a inconstância do momento,
Quero um invento avante,
Um amor mais adiante,
Feito assim, de paixão constante
E brisa quente...

Quero avançar no meu desejo,
Soltar um riso,
Pegar o vento solto
E dar um beijo,
Cair em qualquer braço,
Apertar o abraço e continuar,
Sem parar, o tempo inteiro...

Quero amor em cada porta,
Em cada esquina,
Sem lamentar, sem muito pensar.
Quero um caminho certo
Que conduza a incerteza dos passos,
E juntinho da ironia que apregoa o destino,
Continuar menino, franzino, sincero, de riso fácil.

Quero não chorar difícil,
Sentir saudade, sentir cansaço...
Queimar a pele, amolecer meu aço.

Quero o estilhaço da minha loucura,
E o trigo da minha terra barrenta,
Quero esse meu querer que não cessa,
Insaciável sede da minha boca sedenta.

Quero um carinho,
Um perfume de rosa,
Um cafuné, uma estória,
Uma prosa, uma poesia...
Uma bênção, uma flor,
Uma voz de avô, um olhar de avó,
Uma reza, uma guia.

Quero um amor perfeito,
Sem defeito, que me dê carinho.
Quero um passarinho
Que me cante todos os dias,
Uma romaria,
Uma prece assim certeira,
Uma cantiga de ninar,
Ainda que de brincadeira.

Quero voar pra qualquer lugar
Que me tire da dor,
Que me faça esquecer o sofrimento.
Não quero lamento,
Não quero tormento,
Eu só quero cantar os meus dias.

Quero viver minhas alegrias
E ter sempre minha incondicionada loucura.
Quero poder beijar quem eu quero,
Sair, correr, pular, saltitar, rodopiar,
Jogar meu corpo solto em qualquer rua.
Quero qualquer esquina, um bar qualquer,
Uma vodka, um uísque, um conhaque dreher
Que me tire da rotina.

Quero só seguir minha sina,
Como um andarilho permanente,
Sentir tudo a todo instante:
Mundo, céu cair...
E eu parar e refletir,
Continuar assim pensante,
Andar contente.

Quero enxergar meus vícios
E minhas virtudes,
Conhecer-me um tanto quanto,
Pedacinho por pedacinho, amiúde.
Quero nunca ser perfeito,
Foge de mim essa pretensão,
Quero ser melhor o tempo inteiro,
Já me basta essa emoção.

Quero cavar minha cova com minhas unhas,
Quero um dia ser a terra que me criou.
Quero voltar a ser o trigo que comi,
Filho do tempo e do vento que a ironia plantou.
Quero ser o dourado da colheita certa,
O brilho que não finda...

E ainda em tantas vidas renascer.
Quero repetir tudo de novo,
Se não for trigo, vou ser ovo,
Voltar mais forte e voador...

sexta-feira, 5 de abril de 2013

CARPE DIEM

Arquivo da Internet
Nunca esqueça de sorrir, pois só assim, tenho certeza, a felicidade nunca esquecerá de você.

COMPLEXO

Saint Quay - Bretagne / França - Març 2013


Falta...
Falta talvez um pouco de presença
- quando por perto –
Falta...
Falta talvez a resposta exata
- que não existe –
Falta...
Falta talvez querer
- quando as vezes nem se quer - 
Falta...

Falta talvez, ou talvez nem falte.
Falta talvez o complemento da noite,
Ou falta à noite quem a complemente.

Falta...
Falta terminar...
Falta começar...

...o que falta...

quarta-feira, 27 de março de 2013

QUERÊNCIA

Arquivo da Internet

Quero sim correr por ai de leve
Com os pés descalços, sem direção,
Em busca de amor longo ou breve,
Que arrebate assim meu coração...

Pela rua nua, sem ninguém por perto,
Céu e estrelas me conduzam ao infinito,
Que a lua e os astros me façam esperto,
E lá no fim, no horizonte, ecoe meu grito!

Quando, por ventura qualquer, meu amor,
Perguntares onde estou, porque grito,
Ouvirás do infinito teu nome com fervor.

Minha liberdade é assim, menina,
Seguir tua sina, minha sorte,
Razão mais forte e que alucina.

terça-feira, 26 de março de 2013

ESCRITORES – Vinicius de Moraes

Arquivo da Internet
Vinicius de Moraes, para o nosso orgulho, poeta brasileiro, compositor, dramaturgo, jornalista e diplomata. Um homem versátil, de muita inteligência, escreveu poemas em outras línguas, escreveu para adultos e crianças. Ficou conhecido como ‘poetinha’, dizem que foi apelido dado por Tom Jobim, com quem compôs obras-primas da Música Popular Brasileira, como é o caso de “Garota de Ipanema”. Célebre e assumido boêmio, na poesia consagrou-se pelos sonetos e por sua temática romântica, apaixonada e apaixonante.

O poeta continua cantado e poetizado na nossa música e literatura, sendo eterno e universal como é sua poesia. Todos o conhecem, mas não conhecem toda sua obra, sempre há algo novo a ler e descobrir sobre o poetinha. Boa leitura e divirta-se com a poesia de Vinicius de Moraes.

POÉTICA

De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.

A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.

Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem

Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.

quarta-feira, 20 de março de 2013

MONÓLOGO SOCIAL


Foto: Paulo Poeta / Centro Georges Pompidou - Paris - 2012

Sou mesmo um pedaço de carne podre!
E você? Não? Sei quase tudo sobre mim,
passo parte do meu tempo a me conhecer.
E você? O que você faz do seu tempo?

...Busca mais definições a meu respeito
e a respeito de quem não te enxerga.
Para que gastar teu mal gosto assim?
Para que guardar tanta certeza sobre mim
e não conhecer quase nada de ti?

Eu jamais te direi que tenho pena!
Mas quando tomo parte do meu tempo
e vejo seu olhar vazio, e drástico,
sinto como se você sentisse pena de mim.

Às vezes, eu tenho medo, sinceramente.
Eu não te conheço muito bem, talvez,
não como eu verdadeiramente quisesse,
o que mais conheço são teus olhos vorazes,
Às vezes, eu tenho medo que eles me devorem.

Não me faça isso! Não te faça isso!

Talvez você conheça a roupa que eu visto,
os lugares que eu frequento, o meu vinho
e o meu prato predileto, mas tenha certeza:
sou bem mais que a fome dos teus olhos,
sou bem que a podridão dos teus conceitos.

sexta-feira, 15 de março de 2013

ESCRITORES – Miguel de Cervantes

Arquivo da Internet

Hoje, na série “Escritores”, sugiro um dos que é considerado o pai da literatura fanstástica.  Miguel de Cervantes, espanhol, um dos maiores escritores de todos os tempos. Escreveu aquele que é considerado por alguns estudiosos e críticos literários o melhor e mais famoso romance já escrito, Dom Quixote de La Mancha. Cervantes escreveu amor como ninguém e fez Dom Quixote dizer por sua amada Ducineia: ”Nunca pense que seu amor é impossível, nunca diga "eu não acredito no amor", a vida sempre nos surpreende.”

Essa obra é a sua mais famosa, dividido entre o real e o imaginário, o escritor narra as aventuras de um fidalgo apaixonado, que é o personagem principal (Dom Quixote), sempre junto do seu servo e companheiro inseparável, Sancho Pança. Dom Quixote representa o idealismo em tudo aquilo que se propõe, com um espírito aventureiro e imaginativo. O contrário de Sancho, seu companheiro, que representa tudo aquilo que é real e de bom senso.

Cervantes é sem dúvida surpreendente e um dos maiores ícones da literatura de todos os tempos.  Merece ser lido, pois falar em Cervantes é falar de amor e todas as suas possibilidades, pondo o medo num canto de pouca atenção, ao exaltar tudo aquilo que o amor é capaz.

“A liberdade é um dos dons mais preciosos que o céu deu aos homens. Nada a iguala, nem os tesouros que a terra encerra no seu seio, nem os que o mar guarda nos seus abismos. Pela liberdade, tanto quanto pela honra, pode e deve aventurar-se a nossa vida.
 – Miguel de Cervantes - 

VERDADE

Arquivo da Internet

Quando me abraçar,
ou me der qualquer carinho,
não crie personagem,
ou siga a regra do trato social.

Quando me olhar,
olhe-me com olhos de verdade,
não precisa ter vergonha,
ou pôr na face uma cor vermelha.

Quando vir até mim não crie distância,
não hesite, não olhe para os lados,
pouco me importo o que pensam,
muito de como agem é falta de amor.

Abrace-me e sinta o meu abraço,
sinta o que eu sou de verdade:
meus olhos são cor de paixão
e minha pele cor de vontade...

Paris, 15 de março de 2013.

quinta-feira, 14 de março de 2013

DESCONEXO

Arquivo da Internet - Pode ter direitos autorais

Sempre fui certo de incertezas.
Tenho nas minhas veias mais que sangue
e na alma mais que dois motivos:
morte e vida. Sou mais que humano...

Eu não preciso beber do que me oferecem,
mas nem por isso deixo de beber. E sei:
o homem é mais que um cálice de vinho,
talvez ele seja duas garrafas, ou três...

Sempre me falaram dos bons poemas,
que deviam ser escritos em terceira pessoa,
eu teimo em os escrever em primeira
e, talvez, nunca sejam bons o suficiente,

É porque eu nunca vivi em terceira pessoa.
Nunca quis os rios de risos de outro poeta
e os versos fantásticos de outros amores.
Quero ser sentinela do que eu sinto...

Sempre fui de escrever o nosso riso,
o nosso amor e a minha solidão...
Sempre fui de fazer versos de saudade
e cantar verdades que trago no coração.

Já fiz e senti de tudo no meu mundo:
senti pena de mim mesmo,
já me senti sujo e imundo
e já fui rei feliz de outros reinos...

E a cada verso, cada poema;
cada problema e teorema de vida,
sinto que sou mais que humano
e menos que sagrado. O que sou?

...Talvez eu seja o resto de alguns versos,
ou talvez mais alguns que hei de compor,
quem sabe sou uma poesia desconexa:
que fala de sangue e de alma...

quarta-feira, 13 de março de 2013

ESCRITORES – Florbela Espanca

Arquivo da Internet
Venho trazer até vocês a série “Escritores”. Quero apresentar alguns daqueles que gosto de ler. Trarei notas simples e um resumo breve do indicado, mas tentarei fazer com frequência. Tenho certeza que alguns deles já conhecidos e amados por vocês, outros novos e igualmente fascinantes. As indicações não seguem nenhuma ordem de preferência. Também não escolherei classes, estarão entre os nomes descritos: poetas, filósofos, contistas, cronistas e toda sorte de escritores, porque o acredito mesmo é que cada escritor, em sua maior expressão de fazer arte em forma de literatura, é de tudo um pouco, sem limitações, sem denotações, pois assim é o mundo de quem cria e escreve.

Antes de começar as indicações dessa nova série “Escritores”, queria dizer que vou tentar sintetizar o que e como o indicado escreve e nada passa de sugestões, porque antes de qualquer coisa um leitor deve saber do que gosta, para onde quer caminhar, pois as obras literárias, ou não, nada mais são que grandes passeios em mundos que merecem ser desbravados. E os mundos são grandes e vastos, diferentes em todas suas complexidades, alguns passeios serão agradáveis, outros não, mas você é o responsável pelas escolhas. Tudo depende de momentos, da forma como você compreende a obra e o seu autor e, o mais importante, como você se percebe nesse conjunto de ideias e sensações, que nada mais é que a descrição da sua própria invenção.

Arquivo da Internet
Começo a série com Florbela Espanca. Poetisa portuguesa, morreu muito cedo, com apenas 36 anos, mas dona de uma obra rica e cheia sentimento. Escreveu com traços fortes e marcantes da feminilidade, tem sua poesia desenhada por um característico erotismo e austeridade. Soube transformar dores e tristezas em poesia de força e liberdade. Conhecida por uma vasta produção de sonetos, tem alguns desses transformados em música, como é o caso de “fanatismo”, no Brasil, linda música cantada por Raimundo Fagner.

FANATISMO

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”



terça-feira, 12 de março de 2013

ANTEPOSTO


Foto: Paulo Poeta - Exposição de Artes / San Francisco - CA - 2012
Não me peça para te olhar como antes,
aprendi a arte de reinventar-se.
Não me busque na mesmice
que o passado enterra:
entre papeis amarelados,
cartões encaixotados
e fotografias que já não se movem.
Não me peça para volver o olhar
e viver um passado que prefiro apagar.
Não desgaste minhas novas ilusões
e rasgue a esperança
que tenho de escrever um novo livro. 

MEU MUITO OBRIGADO!

Arquivos da Internet
Queria agradecer aos mais de dois mil acessos em pouco mais de dois meses. Esse espaço, que criei com ajuda do amigo e jornalista Dado Dardinheles, tem o objetivo único de partilhar minhas ideias, minha poesia e impressões sobre coisas que vivo e lugares e pessoas que conheço. Feliz por está sendo bem visitado por todos vocês que escrevem e vivem comigo minha história. Desejo que minhas ideias e sensações possam de algum modo acrescentar algo à vida e ao dia de cada um que visita este espaço. Meu muito obrigado!

quarta-feira, 6 de março de 2013

PRA QUE SERVE O AMOR?


Antes de ontem (dia 04 de março) eu postei aqui um artigo sobre Edith Piaf, sugerindo uma de suas músicas que gosto muito, À quoi ça sert l’amour. Por uma incrível que pareça, coincidência ou não, sem procurar nada sobre Piaf ou sobre essa música, estava a procurar curtas franceses para me familiarizar com a língua, encontro o curta que compartilho com vocês. Uma animação  muito charmosa, atraente e divertida, agrada todos os gostos. Pra que serve o amor? Encontre respostas...


À ESPERA DE UM MILAGRE


Arquivo da Internet
Quero deixar hoje a dica de um filme já um pouco antigo, mas muito emocionante e que, com certeza, vale muito a pena assistir. Quem já assistiu há algum tempo, pois o filme foi lançado em 1999, assista de novo – sempre é bom ver o mesmo com olhos diferentes, mais de dez anos depois, pode ter certeza que essa emocionante história não será mais a mesma. Com um elenco sensacional, Tom Hanks é a estrela principal, fazendo o papel de Paul Edgecomb e Michael Clarke Duncan, como coadjuvante interpreta John Coffey.

O filme narra a história de Paul Edgecomb, um agente penitenciário, responsável pelo Bloco A (o corredor da morte), numa penitenciária no estado da Louisiana nos anos 30 e é baseado na obra do célebre escritor norte-americano Stephen King. Paul Edgecomb passa por várias provas que o põe num conflito moral que viria o atormentar pelo resto de sua vida. A história é contada por ele em flashback, quando já está velho num asilo e relembra com uma amiga tudo que viveu à época. Sua vida nunca mais seria a mesma depois de conhecer John Coffey e, talvez, a de muitos que assistam esse filme.

John Coffey, interpretado por Michael Clarke Duncan é um negro de formas avantajadas e que por isso já impõe medo e desconfiança. Foi acusado de matar duas crianças brancas e por isso condenado a morte. Contudo, como as aparências enganam, muita emoção, diversão e reflexão há de acontecer durante essas quase três de horas de sessão e vocês poderão conhecer o verdadeiro John Coffey. 

Como toda boa história, sempre ficam grandes lições. Para mim, as mais importantes foram: cuidado em julgar pelo que se ver e a mais difícil, tentar compreender e aceitar quando em determinados casos somos obrigados a fazer algo que vai contra tudo aquilo que julgamos ser o correto e verdadeiro. Prepare o coração e uma boa porção de pipocas! 

O vídeo a seguir é um resumo e crítica sobre essa envolvente história que foi indicada a quatro Oscar's:

terça-feira, 5 de março de 2013

ANEDOTA

Foto: Arquivo Pessoal / 2012

Interrogue-me
como quiser...
Sou a melhor
de tuas questões.

Responda
o que quiser...
Eu me encaixo
em quase tudo.

Continue,
o amor explica...
Tudo complica,
o que é o que é!?

UM SONHO QUE GANHOU ASAS

Arquivos da Internet
Cheio de orgulho, hoje falo de um brasileiro, reverenciado pelo mundo até hoje e que jamais será esquecido por seu legado. Herói de todos os tempos, Alberto Santos Dumont, o pai da aviação, deu o melhor de si, ganhou os ares e a admiração de todos. Proporcionou à humanidade a maravilha de diminuir fronteiras e fazer da arte de voar algo acessível e possível. O que hoje parece simples e comum há poucos mais de cem anos foi a realização do sonho de um ousado brasileiro nos ares de Paris.

Filho de um magnata do café, o menino Alberto foi cedo estudar na França e lá ele pôde pôr em prática muitos dos seus inventos. O vídeo trará um pouco da vida e as conquistas aéreas desse garoto de 1,63m (um metro e sessenta e três), pequeno na estatura mas muito maior que sua própria vida como expressa o documentário. “Le Petit Santos”, como foi apelidado pelos franceses, era um inventor nato, sendo ele responsável por inventos tão significativos e úteis, como é o relógio de pulso – que muitos pensam ter sido inventado por Cartier, que era amigo de Santos Dumont e apenas pôs em prática o desenho do brasileiro.

Arquivos da Internet
Como se percebe, esse cidadão universal deixou um legado que vai da aeronáutica ao mundo da moda. Teve sua sexualidade questionada, mas como figura pública e célebre em uma época não aberta a esse tipo de ideias e conceitos, jamais foi capaz de assumir sua suposta bi ou homossexualidade. Após um acidente sério, ficou impossibilitado de se arriscar aos voos que eram sua paixão. Adquiriu sérios problemas psiquiátricos, o que o fez circular por inúmeros manicômios na França. Com o início da 1ª Guerra Mundial, quando viu invento sendo usado pelas forças armadas para matar e propagar desgraça ficou completamente abalado e sentiu-se o verdadeiro responsável por todos os acontecimentos. Voltou ao Brasil para se tratar próximo da família.

Uma mente brilhante, transformou-se numa mente doente.  Célebre, querido e admirado universalmente, um homem extremamente sociável, transformou-se num homem solitário e recluso. Sua morte causou polêmica e para manter sua imagem a mídia escondeu ou tentou desviar a verdade, dizendo que ele teria morrido de um ataque cardíaco. Alberto Santos Dumont, tristemente e ainda jovem, suicidou-se no quarto de um hotel, enforcando-se com uma gravata.

Esse brasileiro foi um dos homens mais importantes do mundo, considerado pela maioria dos estudiosos o maior nome do século XX, tornou real seu sonho de voar e fez o mundo acreditar e desfrutar desse sonho. Honra eterna e vida para além de todos os séculos. Viva, Alberto Santos Dumont! (O documentário a seguir, foi exibido pela GNT, com o título "Asas da loucura". Assisti-lo é conhecer mais da nossa história, no heroísmo de Alberto Santos Dumont.)


segunda-feira, 4 de março de 2013

PIAF, MAIS QUE UM HINO AO AMOR...

Foto: Arquivo da Internet - 2013
Uma música maravilhosa de se escutar na clássica voz da inesquecível Edith Piaf, com seu último e polêmico amor Théo Sarapo. A música é À quoi ça sert l’amour (Pra que serve o amor), emocionante, com uma letra linda, não a mais conhecida, mas é uma das minhas preferidas, além de que, não sei porquê, hoje escutei ela várias vezes (risos). Recomendo, como recomendo todos os seus outros grandes sucessos e todas as outras músicas menos conhecidas.

O vídeo a seguir foi feito pouco mais de um ano antes de sua morte. No vídeo, ela parece ter mais, mas tinha só 46 anos e Théo apenas 26 anos. Théo morreu com a fama de ter se aproveitado de Piaf, quando ela já estava debilitada e fragilizada pela doença, para crescer na carreira, mas ele cuidou dela até sua morte e nada herdou, com a exceção de uma dívida de 7 milhões de francos e o logo após o despejo do apartamento em que viviam. Talvez, tenha herdado um pouco de prestígio, mas creio merecido, Piaf era difícil e temperamental. Eu acredito sim que ele tinha um grande amor por ela e uma imensurável admiração. E com relação à polêmica nos amores e na vida, essas foram as características mais marcantes da biografia de Edith Piaf.


Para os que não conhecem, Edith Piaf foi uma cantora francesa, que viveu poucos anos (47), mas que se imortalizou através da sua voz marcante e intensa, única. Fez fama no mundo inteiro, com especial atenção ao sucesso obtido nos Estados Unidos em clássicos espaços nova-iorquinos. Com grandes sucessos em sua língua pátria, o francês, ela também cantou inglês e espanhol. Piaf conquistou o mundo da fama com uma voz autêntica e impactante. Teve uma vida curta, mas extremamente polêmica e sempre cheia de novidades: amores, acidentes, vícios, viagens e muita emoção.

Dona de um carisma incontestável e inexplicável, a pequena moça de origem pobre e de personalidade forte, cantou até bem perto da sua morte. Frágil e debilitada, a voz de Piaf permanecia sã e potente, capaz de continuar emocionando seu público que não perdia uma sequer oportunidade de assistir aos seus espetáculos. Ela era baixinha, desengonçada, despenteada, mas charmosa, encantadora e apaixonante, como toda estrela que nasce estrela, e assim foi Piaf, ela nasceu para não morrer e sim para brilhar eternamente.

Aos que se interessarem pela vida e voz dessa francesa não deixem de assistir seu filme (Piaf um hino ao amor) e vários de seus vídeos espalhados pela internet.