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quarta-feira, 13 de março de 2013

ESCRITORES – Florbela Espanca

Arquivo da Internet
Venho trazer até vocês a série “Escritores”. Quero apresentar alguns daqueles que gosto de ler. Trarei notas simples e um resumo breve do indicado, mas tentarei fazer com frequência. Tenho certeza que alguns deles já conhecidos e amados por vocês, outros novos e igualmente fascinantes. As indicações não seguem nenhuma ordem de preferência. Também não escolherei classes, estarão entre os nomes descritos: poetas, filósofos, contistas, cronistas e toda sorte de escritores, porque o acredito mesmo é que cada escritor, em sua maior expressão de fazer arte em forma de literatura, é de tudo um pouco, sem limitações, sem denotações, pois assim é o mundo de quem cria e escreve.

Antes de começar as indicações dessa nova série “Escritores”, queria dizer que vou tentar sintetizar o que e como o indicado escreve e nada passa de sugestões, porque antes de qualquer coisa um leitor deve saber do que gosta, para onde quer caminhar, pois as obras literárias, ou não, nada mais são que grandes passeios em mundos que merecem ser desbravados. E os mundos são grandes e vastos, diferentes em todas suas complexidades, alguns passeios serão agradáveis, outros não, mas você é o responsável pelas escolhas. Tudo depende de momentos, da forma como você compreende a obra e o seu autor e, o mais importante, como você se percebe nesse conjunto de ideias e sensações, que nada mais é que a descrição da sua própria invenção.

Arquivo da Internet
Começo a série com Florbela Espanca. Poetisa portuguesa, morreu muito cedo, com apenas 36 anos, mas dona de uma obra rica e cheia sentimento. Escreveu com traços fortes e marcantes da feminilidade, tem sua poesia desenhada por um característico erotismo e austeridade. Soube transformar dores e tristezas em poesia de força e liberdade. Conhecida por uma vasta produção de sonetos, tem alguns desses transformados em música, como é o caso de “fanatismo”, no Brasil, linda música cantada por Raimundo Fagner.

FANATISMO

Minh’alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!

Não vejo nada assim enlouquecida…
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!

“Tudo no mundo é frágil, tudo passa…”
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!

E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
“Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!…”



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